Um casal de amigos que viviam um amor de novela feliz terminaram pela primeira vez uma relação que já durava uns cinco anos.
Ontem a noite ele me ligou para desabafar. Hoje pela manhã encontrei com ela no café da esquina. Eu? Nada disse. Só ouvi. É assim que a gente faz quando aprende que um amor quando termina é como uma alma quando morre. Temos que esperar o tempo passar, contar as luas, flanar nas ruas e riscar dia a dia as estações dos bares, do tempo e das sensações.
Ouvir: Bilhete, Se puder sem Medo e Trocando em Miúdos, um milhão de vezes até chegar o dia de conseguir ouvir as músicas que deram o tom aos melhores momentos do romance ou gritar acreditando 'que amanhã vai ser outro dia'. E, no mais, saber que passa. Assim, como uva passa.
Agora, feliz é quem teve amores bem vividos, que é o caso dos meus amigos. A consciência fria, apesar da dor faz dizer: não teve amor maior. Fizemos tudo que poderíamos fazer, ninguém foi melhor que nós. A cabeça madura, o pensamento compassado. A certeza da entrega e doação máxima que corrói pessoas que não têm coragem de atravessarem esquinas, arrumarem malas ou simplesmente dizerem que querem que esperam que amam.
Até quando esse domínio? Até quando der. Agora se der, deu. Se não der, num d'eu.
E se não deu?! Você compra, aluga ou pede emprestado um DVD de Cinema Paradiso, compra um guaraná, faz uma pipoca, tira os sapatos, e lá pelos 50 minutos de filme você espera Alfredo dizer pra Totó:
Não volte mais. Nunca mais pense em nós. Não olhe pra trás, não escreva. Não deixe a saudade ferrar você.
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Um comentário:
Estou imaginando como deve ser você com mil homens apaixonados pelo o que você escreve. Se você mudar de lado eu mudo só pra casar com você, nojenta!
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