quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Vantagem

“Não existe mulher fácil, o que existe é homem mentiroso contando vantagem.” O tweet caiu na minha timeline com a rapidez de quem caí nos braços de quem ama. O twitter tem sido uma terapia para mim. Nos intervalos entre uma coisa e outra, gargalhadas, notícias, surpresas, comentários sobre futebol, filme, música, amores e desabafos.

Tinha que vir dele. Fabrício Carpinejar e suas verdades absolutas que me fazem entender sobre tudo, inclusive, sobre os outros. Pra mim, ele, Neruda e Caio F. estão no mesmo patamar, ninguém escreve sobre as paixões como eles. Eles e o conhecimento peculiarmente feminino que falta até em algumas escritoras mulheres.

Afogo-me nas palavras como se fosse um oceano. Vivo aquelas paixões, me sinto aquelas mulheres quando penso “caracaaaa, ele escreveu pra mim”. Em agosto último tive o prazer de conhecer Carpinejar quando esteve em Mossoró para a Feira do Livro e eu fui convidada pela organização para fazer a apresentação da palestra dele. Acho que pouquíssimas vezes eu fiquei tão encabulada na vida. A primeira coisa que eu disse? “Oi, Fabrício, tudo bem? Eu trouxe ‘Canalha’ e ‘O amor esquece de começar’, fiquei com vergonha de trazer sua biografia inteira pra tu autografar”. Ele, simpático e brincalhão: “Não acredito! Se desse tempo ia fazer você buscar”. Louco. Louco como as paixões. Louco como eu.

A literatura me ensina muito. Fabrício, Caio, Neruda, Gabriel, Antônio, Saramago, Calvino, Galera, Patrício, me ensinam a relevar. Quando penso que não consigo, afogo-me e afogo-me nas palavras como se fosse um rio, o meu coração se deixa levar como se fosse samba, e amanhece.

Desconfio dos homens que falam das mulheres. Principalmente das que não são suas. Se eles soubessem, não falariam. Tem cara de despeito.

Nada a meu favor. As paixões têm algo forte contra mim.