terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

aprender a ser só

Uma coisa que eu aprendi muito cedo na minha vida foi a ser só. A melodia morosa de Marcos Vale e Paulo César Vale nunca foi o samba enredo da minha vida. E, agora, depois de cabra véia e passada na casca do alho, como se diz por aqui, é que não será.

Aprendi a ser sozinha nos primórdios, ainda criança, quando na festa do dia dos pais da escola eu mesma tive que ir lá à frente da mesinha pegar o presente do meu pai porque confundi o dia da festinha e esqueci de faltar a aula. Aprendi a ser só durante a noite, quando minha mãe fazia faculdade e eu fingia que estava dormindo esperando caladinha a hora dela chegar. Aprendi a ser sozinha quando resolvi fugir de casa depois de uma grande briga de família, e, ainda que tenha voltado dois dias depois, o frio na barriga e o desespero da desproteção me fizeram levantar a cabeça e enfrentar a rua sozinha. Aprendi a ser sozinha quando me apaixonei por um garoto na escola e tinha muito medo que ele descobrisse que eu gostava dele. Ele era tão simpático, sorria pra mim na hora do intervalo e eu me apaixonei. Mas, aprendi a ser sozinha, quando ele passou na minha frente namorando a garota do Ensino Médio. Ah, também aprendi a ser sozinha quando perdi por meio milésimo de segundo a medalha de ouro em natação na especialidade que eu treinei o ano inteiro; perdi a medalha por meio milésimo de segundo nadando costas e não era a dor de ter perdido a medalha, era a dor de ter perdido no estadual para aquela menina que me soltava piadadinhas porque eu não era magrinha como ela. A solidão neste dia doeu. Aprendi a ser sozinha trancada no meu quarto, ouvindo o que eu gosto de ouvir, lendo o que eu gosto de ler. Aprendi a ser sozinha me dando prazer. Aprendi a ser sozinha viajando, correndo, falando, sozinha. Rá também aprendi com as futilidades, nas horas vagas que não tinha com quem brincar, conversar, beber. Aprendi a ser sozinha me decepcionando com as pessoas e jurando em lágrimas diante do espelho que nunca mais ia acreditar em ninguém e, quando menos esperei, me flagrei sorrindo sozinha por estar acreditando mais do que deveria em todo mundo. Aprendi a ser sozinha nas dores de amor. No medo do novo amor quando está chegando e no desespero do ex amor quando está partindo. Aprendi muito com a solidão acompanhada. Com a solidão durante o abraço, durante o beijo, durante. Aprendi que a solidão não tem nada a ver com a multidão de quem se tem ao redor e sim com a presença única e insubstituível de quem se tem distante. Aprendi que muitas tardes ensolaradas não me valeriam de nada se o outro dia não amanhecesse. Aprendi a ser só sendo amada, quando soube que o meu amor deveria ser independente do amor do outro. Aprendi a ser no silêncio, no barulho. Na falta de companhia no leito do hospital. Aprendi a ser só nas melhores situações. Nas piores aprendi. Aprendi tanto a ser só que tem horas que me abandono e nem me sinto falta. Aprendi e ainda me sinto. Mas sei sentir. Só.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Estou precisando de uma paixão - acho que é isso. Ou da certeza de que é paixão essa coisa toda que me estimula, me motiva e me dá ânsia de acordar a manhã...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

[...] Entrou e saiu. Fiz silêncio. Esperei. Não perguntou nada. Não disse nada. Apenas olhou e me deixou com saudades. (depois continua...)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Pro seu amor não acabar em pizza

Daí que outro dia começou uma discussão na mesa de bar. Tinha uma colega bastante angustiada porque ainda não tinha "feito amor" com o cara com quem estava saindo há um mês. Sinceramente, acho pouco tempo dependendo da intensidade do “saindo” [não devo ser tomada como base nesse aspecto porque sou careta, romântica e tals], mas a primeira pergunta que eu fiz: Como é esse sair? Para onde vocês saem? A resposta? – ah, a gente vai pro cinema, vai comer pizza, esses lugares... Ah, então vocês estão se conhecendo? – perguntei. Nada, já faz mais de 6 meses que a gente se conhece e fica nessa paquera, um mês que eu conto é depois do primeiro beijo.

Entendi cometendo o erro de não dizer pra ela que depois do primeiro beijo o suspiro é mais fácil e essa história ia esfriar antes que a ansiedade dela se concretizasse. Ou não.

Mas vem cá, vamos combinar que pizzaria não é um lugar para quem quer 'fazer amor' depois. O clima que o cinema pode trazer, a pizzaria destrói. Por que? 3 motivos: Garçom interrompendo, famílias conversando, crianças correndo lindas, leves, soltas e gritando por todos os lados. Logo, concluímos que - eles não conversarão porque é quase impossível se criar um clima para o amor num restaurante lotado, tenso, movimentado, iluminado e barulhento.

Pois bem, nós mulheres, cometemos o grande erro de nos deixar seduzir quando, na real, deveria ser exatamente o contrário. A obrigação de manter a sedução é nossa. E a gente esquece por insegurança. Éééééééé insegurança, sim. Preferimos ficar na dúvida nos corroendo de ansiedade e saudade e o que é pior, preferimos deixar a situação nas mãos deles. Gostamos de estar nas mãos deles, mesmo podendo estar nos braços.

É simples assim. Podemos ter logo mas preferimos esperar. Esquecemos que o prazer deles é nosso. E que claro em fase incicial, um homem nunca vai olhar na nossa cara e dizer "vamos fazer amor". Se fizer certamente não será legal, porque essas coisas acontecem naturalmente e tem que deixar acontecer e blábláblá.

Rá! Finalmente cheguei onde pensei que não ia conseguir chegar: deixar acontecer. O que vale a pena ter, vale a pena esperar [descobri isso outro dia, claro que dentro dos limites do tesão, mas] no mais é ir criando situações para que os bons momentos aconteçam. Exemplo: uma noite de sábado juntos vendo um filminho em casa não cairia mal. Muito menos um almoço prolongado numa tarde de domingo. Propõe, vai. Deixa de lado essa mania de esperar só por ele. Homem também gosta de iniciativa. Agora, com calma, pra ele não sair correndo sem pegar você e sem pagar a conta.

O máximo que pode acontecer é ele dizer um não e, se ele disser não é por dois motivos: ou ele é gay ou ele não te quer. Se ele for gay, você vira a melhor amiga dele. Se ele não te quer, você apresenta sua melhor amiga pra ele e pula fora. Não é o fim do mundo. Não é o último cara interessante que você vai conhecer na vida. Mas claaaaaro que ele não vai dizer não. Isso é óbvio se ele está correspondendo a paquera e caso diga é um legítimo escroto-filho-da-puta. Muito. E se for muito escroto-filho-da-puta, não deve servir pra você, honey!

Atitude, gata! Veste a lingerie nova [sei que você não comprou pra deixar no armário] e vá à luta!

Ou então, o seu amor acabará em pizza.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

E volta e meia e vira e mexe e vai e vem o amor é pauta das nossas conversas. E uma coisa que realmente eu nunca assimilei muito bem é esse discurso que as pessoas têm de “tudo que eu quero é um amor sincero” porque, sinceramente, eu nunca entendi como o amor pode ser (in) sincero. Se é amor, e é verdade, automaticamente, deve ser sincero. A sinceridade no amor é programada. Eu pelo menos não consigo mentir pra quem eu amo e se a gente ama, geralmente é amado e a pessoa que ama nos conhece e vai desconfiar quando não for sincero.


É tudo muito lógico, como lógico é o amor quando não é confundido com a ilusão.



Long

E eu não sei até quando a insônia será minha melhor amiga. Mas, seguimos juntas e, vez enquando, a gente muda o canal da TV deixando de lado o Grammy Latino por algum especial desses que só passam nos canais a cabo e que salvam as madrugadas do domingo pra segunda.

Nesta segunda foi na TV Cultura, especial sobre a obra do cantor e compositor português Pedro Abrunhosa, amigo de Caetano Veloso e famoso no Brasil depois de ter várias canções regravadas por Maria Bethânia.

Vou resumir, porque não tô pra delongas, Pedro é autor de Balada de Gisberta, uma das letras, que pra mim, está entre as 20 músicas de amor mais lindas do mundo. Concordem comigo.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Aliás, não sou de muitas citações alheias. Prefiro mantê-las imaculadas apesar de vezenquando ser absorvida pela aquela sensação de "poxa, queria ter escrito isto". Mas hoje, muito cedo da manhã, Reinaldo Azevedo tomou de assalto a minha emoção citando na sua coluna umas linhas de Dylan Tomas traduzidas por Mario Faustino e, de boba talvez, me questionei: Ah, por que ele citou não Mario Faustino mesmo, que nem de tradução para o português ia precisar?! De boba. Falei. Mas o poema de Faustino o que não é é bobo como eu. E, pra falar a verdade, sem arrodeios, queria ter escrito isto:

O som desta paixão esgota a seiva
Que ferve ao pé do torso; abole o gesto
De amor que suscitava torre e gruta,
Espada e chaga à luz do olhar blasfemo;
O som desta paixão expulsa a cor
Dos lábios da alegria e corta o passo
Ao gamo da aventura que fugia;
O som desta paixão desmente o verbo
Mais santo e mais preciso e enxuga a lágrima
Ao rosto suicida, anula o riso;
O som desta paixão detém o sol,
O som desta paixão apaga a lua.
O som desta paixão acende o fogo
Eterno que roubei, que te ilumina
A face zombeteira e me arruína.


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Eu vou eu.
Eu não vou cortar os pulsos.
Não vou.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Não posso chamar de amizade o que me estremece a boca e umedece os lábios.


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Me encontrei no Google

Hoje, no meio do expediente, eu precisei de uma foto minha para encaminhar prum babado aê com a urgência de uma emergência. Daí, distante de todos os meus arquivos, books e ensaios para Nova, Cláudia, Capricho e etc fui me pesquisar no google.

Primeira grande surpresa - http://migre.me/3O9fU - de uma entrevista que dei para um portal em 2009, onde de lá pra cá meio mundo de coisas mudaram no mundo, aqui, ali, em mim. Enfim, um registro bobo daqui, outro dali e tals. Mas, o que eu quero dividir com vocês e que achei bacana ter achado [porque não tinha estas respostas guardadas e sempre fico de passar no arquivo do jornal pra pegar um impresso e tals e nunca passo] é uma entrevista que sempre é publicada aos domingos no Jornal Gazeta do Oeste coordenada pela colunista social Rafaella Costa e que eu tive o prazer de responder em junho de 2009. Ganhei o dia relendo minhas respostas e percebendo que pelo menos, em essência, eu não mudei muito. Vou reproduzi-la na íntegra. Espero que vocês curtam.

ELA É A TAL...

NOME COMPLETO:
Larissa Gabrielle Souza Araújo

FORMAÇÃO:
Sou graduada em Marketing e curso Pós Graduação em Gestão da
Comunicação Empresarial.

BREVE DESCRIÇÃO:
Sou alguém que se experimenta inacabada. De fácil riso,
de fácil choro. Que tem insônia, que torce pelo Botafogo, que cantarola sambas o dia
inteiro, que é muito saudosista, que faz mil coisas ao mesmo tempo, que tem uma
valentia em ser o que sonha guiada pelo o atrevimento de sonhar cada vez mais. Alguém
que até agora não conseguiu muita coisa além de extrapolar sentimentos. Que só
sabe amar inteiramente entregue. Sem muito apego, sem muito limite. Que num dia é
multidão, no outro solidão. Não tenho retoques. Tudo que faço, faço demais! Quero
viver só de samba, cinema e literatura quando me aposentar e for embora para uma ilha
deserta...virar pescadora, claro!

A efemeridade da vida me faz:
Ser íntegra nas coisas de espírito até as últimas
consequências.

Boa idéia sempre:
Viajar. Adoro conhecer novas pessoas, novos lugares, novas
culturas. Viajar me proporciona uma sensação diferente de liberdade.

Cada uma sabe a dor e a delícia de ser o que é:
A partir do reflexo das nossas ações.
Lembro que uma vez na Feira do Livro uma criança chegou pra mim e disse: “quando
eu crescer quero ser igual a você” e eu respondi pra ela: “queira ser melhor”. Nós,
adultos, somos espelho para as crianças. Somos completamente responsáveis por tudo
que de bom e de ruim que acontece na nossa vida. Descubra quem você é. Seja sem
máscaras. Às vezes dói. Ás vezes é doce.

Divido meus méritos com:
T
odas as pessoas que me ajudam a conquistá-los.

Espero que o tempo passe, espero que a semana acabe, mas eu quero sempre:
Reencontrar as pessoas que eu amo e não perder nunca o espírito infante que existe
dentro de mim.

Fecho os olhos para não ver, já que não posso resolver:
A falta de limite e orientação
imposta pelos pais aos adolescentes nos dias de hoje. Fecho os olhos quando vejo
meninos e meninas com menos de 15 anos vivendo como adultos, se vestindo como
adultos, se comportando como adultos e gritando com os adultos cheios de autonomia e
autoridade.

Gosto muito e assumo:
De trabalhar. A Comunicação me proporciona os melhores
momentos da minha vida, dos mais emocionantes, aos mais engraçados. Foi trabalhando
que fiz grandes amizades, e é trabalhando que aprendo grandes lições.

Hoje não consigo me imaginar sem:
Saúde. Quando vejo pessoas terem que
interromper a carreira, os sonhos, as perspectivas com problemas de saúde, imagino o
quanto é difícil viver sem essa dádiva.

Injustiça:
A mim, marca muito a citação de Richard Bach em ‘Ilusões’ que diz: ‘A
maca de sua ignorância é a profundidade da sua crença na injustiça e na tragédia. O que
a lagarta chama de fim do mundo, o mestre chama de borboleta. ’

Julgo que o maior desafio da minha profissão é:
Inovar. As coisas no Marketing
mudam muito rápido. Então, hoje, não podemos analisar a profissão como um
instrumento da comunicação ou da administração com o objetivo de despertar desejos,
interesses e necessidades dos clientes, mas sim tê-lo como uma ferramenta para superar
expectativas fazendo o cliente amar sua marca (produto/serviço/pessoa) e sentir que ela
é parte importante na vida dele.

Leio e indico:
Os romances de Fabrício Carpinejar. Eu tenho esse negócio de conhecer
os textos de um determinado autor (a) e querer conhecer todo histórico bibliográfico.
Foi assim com Pablo Neruda, com o Caio Fernando de Abreu, foi assim com tantos
outros, e atualmente tem sido assim com o Carpinejar. Termino um livro e começo
outro. É como uma paixão. Quero intensamente. Depois passa. Às vezes volta.

Meu maior medo:
Não tenho muitos medos. Sou daquelas pessoas que vai aos lugares
que as assustam para romper. Mas, uma coisa que temo um pouco é a forma como
algumas pessoas podem prejudicar a vida das outras. Como tomam posse das palavras
para usá-las de forma negativa e prejudicial. Às vezes tenho medo do comportamento
dos outros.

Não abro mão:
Das essências. Cultivo as coisas. Os e-mails não me fazem abandonar
as cartas, o MP4 não me faz abandonar os vinis, a impessoalidade do celular não me faz
abandonar as pessoas.

Os ideais que iluminam o meu caminho:
Tenho muita fé. Acredito nas coisas antes
que aconteçam. Sou uma otimista e sonhadora incorrigível. Então, a Fé aliada ao
Respeito, Dignidade, Gratidão e Integridade são os ideais que iluminam meu caminho.

Princípio de sabedoria:
Viver para sorver os novos rios que virão. Quando algo que
supúnhamos grande acaba, e não há nada a ser feito a não ser continuar vivendo, eu
continuo, eu começo. É o que eu recomendo a todos.

Quando estou sozinho, aproveito pra:
Curtir a solidão. Eu gosto de ouvir o som que
o silêncio faz. Converso sozinha, escrevo, arrumo algumas coisas. Engraçado, mas não
me sinto muito só, mesmo não tendo alguém perto fisicamente.

Religião, política e preferência sexual, se discutem quando:
Se tem noção de limite,
espaço e respeito pelo próximo. Qualquer assunto só deve ser discutido para agregar
opiniões e não gerar conflitos.

Se ganhasse o prêmio da mega-sena acumulada:
Vixiiiiii...mudaria a vida de muita
gente. Colocaria muita coisa no lugar.

Tiro onda pra não me tirar:
O humor. Procuro estar sempre bem – humorada para
transmitir alegria e energia boa para as pessoas. Acho fundamental o bom humor. E
quando aparece algo para tirá-lo de mim, eu tiro onda.

Um motivo de orgulho:
Ter uma família honesta. Todos dignos de confiança. Que
conquistaram o pouco que têm com muito compromisso e trabalho. Tenho muito
orgulho da minha família, da educação e da formação que aprendo com eles. De poder
entrar e sair de qualquer lugar nesse mundo de cabeça erguida.

Voltaria no tempo pra saber:
Como tudo isso começou...

X do preconceito:
A cegueira emocional que ele nos causa. Os momentos maravilhosos
que eles nos impedem de viver, as pessoas fantásticas que ele nos limita a conhecer.

Zueira pra cair na gandaia:
Sair com meus amigos para colocar os assuntos em dia,
relembrar os velhos tempos, fazer planos futuros e amanhecer o dia rindo dos nossos
momentos marcantes, marcando outros momentos.
Quando é que a gente vai se consumar? - perguntou tocando meu rosto e segurando as minhas mãos com o olhar trêmulo de ansiedade.


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Até quando esse domínio?

Um casal de amigos que viviam um amor de novela feliz terminaram pela primeira vez uma relação que já durava uns cinco anos.

Ontem a noite ele me ligou para desabafar. Hoje pela manhã encontrei com ela no café da esquina. Eu? Nada disse. Só ouvi. É assim que a gente faz quando aprende que um amor quando termina é como uma alma quando morre. Temos que esperar o tempo passar, contar as luas, flanar nas ruas e riscar dia a dia as estações dos bares, do tempo e das sensações.

Ouvir: Bilhete, Se puder sem Medo e Trocando em Miúdos, um milhão de vezes até chegar o dia de conseguir ouvir as músicas que deram o tom aos melhores momentos do romance ou gritar acreditando 'que amanhã vai ser outro dia'. E, no mais, saber que passa. Assim, como uva passa.

Agora, feliz é quem teve amores bem vividos, que é o caso dos meus amigos. A consciência fria, apesar da dor faz dizer: não teve amor maior. Fizemos tudo que poderíamos fazer, ninguém foi melhor que nós. A cabeça madura, o pensamento compassado. A certeza da entrega e doação máxima que corrói pessoas que não têm coragem de atravessarem esquinas, arrumarem malas ou simplesmente dizerem que querem que esperam que amam.

Até quando esse domínio? Até quando der. Agora se der, deu. Se não der, num d'eu.

E se não deu?! Você compra, aluga ou pede emprestado um DVD de Cinema Paradiso, compra um guaraná, faz uma pipoca, tira os sapatos, e lá pelos 50 minutos de filme você espera Alfredo dizer pra Totó:

Não volte mais. Nunca mais pense em nós. Não olhe pra trás, não escreva. Não deixe a saudade ferrar você.

Da ctrl c ctrl v e manda por email.