Sábado passado encontrei um amigo que não via há anos. Quase não o reconheci. Trocou o terno executivo por um visual despojado, deixou os cabelos crescerem encaracolados, fez duas tatuagens. Casou. Separou. Tem quatro filhos, dois do casamento, um de uma aventura e outro de uma noite casual. Morou na Alemanha, na França, na Inglaterra, em São Paulo, em Ilhéus, em Santarém, e agora, voltou para Mossoró. Veio cuidar da mãe.
Quase não o reconheci. Na verdade, ele me reconheceu. Concordou que a melhor parte do Cidade Junina é a Cidadela. Foi lá, encostados na barraca de algodão doce que ele me contou sua vida inteira nos últimos oitos anos (caracaaaa, já fazem oito anos que terminei o ensino médio). Quando terminou de relatar questionou: “E você?”
Bem... Continuo no mesmo endereço. Continuo tomando três dedos de vodka com duas pedras de gelo e soda que não é sprit, nem seven up e fazendo o que não devo. Continuo comprando todos os livros que gosto do título. Continuo escolhendo os caminhos mais longos. Continuo usando aparelho nos dentes inferiores porque meus ‘dentes queiros’ não crescem. Continuo planejando viagens. Continuo com o mesmo número do plano de saúde. Continuo cantarolando samba o dia inteiro. Continuo indo ao cinema sozinha nas noites de sexta-feira. Continuo sentando no meio da platéia. Continuo vidrada naquilo que ficou a dizer. Continuo mordendo os lábios até ferir. Continuo rindo para os desconhecidos na rua. Continuo usando Listerine antes de escovar os dentes. Continuo detestando dormir de cama. Continuo odiando sapatos. Continuo provocando. Continuo tendo crises alérgicas. Continuo desligando o ar condicionado às 4hrs da manhã. Continuo fazendo as unhas depois de roê-las. Continuo cumprindo promessas. Continuo com os mesmo melhores amigos. Continuo torcendo pelo Botafogo. Continuo colecionando coisas antigas. Continuo viciada em séries policiais. Continuo dormindo com a TV ligada. Continuo adorando o entardecer. Continuo tomando banho nua. Continuo passando hidratante no corpo molhado e enxugando no ventilador. Continuo dormindo perto de uma caneta e de um papel. Continuo matando as saudades por e-mail. Continuo com a mesma conta de MSN. Continuo fracassando nas dietas. Continuo detestando academia. Continuo com o mesmo número de telefone fixo. Enfim... continuo rindo alto. Continuo sofrendo de felicidade excessiva. Continuo dançando ‘Dancing Queen’ de frente pro espelho quando anoitecem os dias difíceis. Continuo meio imobilizada nas minhas manias pessoais.
Ah, uma coisa mudou. As lágrimas. Hoje as derramo no teclado e não no papel.
Deixo tudo no mesmo lugar.
Não rasgo o que foi lido.
Quase não o reconheci. Na verdade, ele me reconheceu. Concordou que a melhor parte do Cidade Junina é a Cidadela. Foi lá, encostados na barraca de algodão doce que ele me contou sua vida inteira nos últimos oitos anos (caracaaaa, já fazem oito anos que terminei o ensino médio). Quando terminou de relatar questionou: “E você?”
Bem... Continuo no mesmo endereço. Continuo tomando três dedos de vodka com duas pedras de gelo e soda que não é sprit, nem seven up e fazendo o que não devo. Continuo comprando todos os livros que gosto do título. Continuo escolhendo os caminhos mais longos. Continuo usando aparelho nos dentes inferiores porque meus ‘dentes queiros’ não crescem. Continuo planejando viagens. Continuo com o mesmo número do plano de saúde. Continuo cantarolando samba o dia inteiro. Continuo indo ao cinema sozinha nas noites de sexta-feira. Continuo sentando no meio da platéia. Continuo vidrada naquilo que ficou a dizer. Continuo mordendo os lábios até ferir. Continuo rindo para os desconhecidos na rua. Continuo usando Listerine antes de escovar os dentes. Continuo detestando dormir de cama. Continuo odiando sapatos. Continuo provocando. Continuo tendo crises alérgicas. Continuo desligando o ar condicionado às 4hrs da manhã. Continuo fazendo as unhas depois de roê-las. Continuo cumprindo promessas. Continuo com os mesmo melhores amigos. Continuo torcendo pelo Botafogo. Continuo colecionando coisas antigas. Continuo viciada em séries policiais. Continuo dormindo com a TV ligada. Continuo adorando o entardecer. Continuo tomando banho nua. Continuo passando hidratante no corpo molhado e enxugando no ventilador. Continuo dormindo perto de uma caneta e de um papel. Continuo matando as saudades por e-mail. Continuo com a mesma conta de MSN. Continuo fracassando nas dietas. Continuo detestando academia. Continuo com o mesmo número de telefone fixo. Enfim... continuo rindo alto. Continuo sofrendo de felicidade excessiva. Continuo dançando ‘Dancing Queen’ de frente pro espelho quando anoitecem os dias difíceis. Continuo meio imobilizada nas minhas manias pessoais.
Ah, uma coisa mudou. As lágrimas. Hoje as derramo no teclado e não no papel.
Deixo tudo no mesmo lugar.
Não rasgo o que foi lido.