terça-feira, 18 de agosto de 2009

De oncinha e renda vermelha

Sempre que uma amiga vem me pedir um conselho sobre relacionamento eu digo, peço e imploro: “seja feminina!” se nós soubéssemos o poder da nossa feminilidade, brigaríamos menos, criaríamos menos expectativas, não sofreríamos e até teríamos relacionamentos mais duradouros.

Pudor é o crime do relacionamento. Vulgaridade o apelo de quem não consegue ser sexy naturalmente. Insegurança falta de atitude e decisão.

Cada dia que passa vejo menos naturalidade nas mulheres. Cada dia que passa vejo menos mulheres preocupadas em seduzir seus namorados, noivos, amantes e maridos. Não sei o quê elas andam fazendo, mas, certamente não estão comprando lingerie.

É... l-i-n-g-e-r-i-e. Acabei de confirmar com um amigo pelo MSN: “não há um homem que não deseje uma mulher de lingerie” é simples e até óbvio. Nem precisa ser vermelho com preto, cheia de telas, com aquelas ligas que sobem do pé e vão até o seio. Pode ser de florzinhas pink, com babadinhos e renda branca, mas toda mulher precisa saber vestir uma lingerie. Era para ser disciplina base na educação feminina, assim, como os homens aprendem a gostar de futebol.

Invista na lingerie, vai! Não use aquelas camisolas imensas e vá pra cama. Uma simples lingerie, uma ida e vinda na frente da TV fazendo um charminho de leve enquanto ele estiver assistindo o jornal. Se ele ainda está na cama nada está perdido.

Brincos, maquiagem, cabelos soltos, perfume e lingerie.

Se quiser, chicotinho, meia calça e salto alto.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Vou de Taxi

- Boa tarde.
- Boa tarde.
Liga o taxímetro. Pra mim, um termômetro emocional que vai subindo a cada 100m. Acho que por causa da luz vermelha.
- Pra onde, moça?
- Jornal de Fato, ali na Avenida Rio Branco, próximo a Praça de Esportes. - Ok. Posso ligar o rádio?
- Pode, claro.

Meu telefone toca. Um cliente esperando. Volto para o ambiente do táxi meio aborrecida, meio apressada. A rádio sintonizada na AM Difusora. Sintonia de AM tem aquele tom característico de noticias, parece distante. O ouvinte espera um desastre ou um gol de futebol a cada “14h23min na terra de Santa Luzia”. O eco é diferente.

Acho que o cara não gostou muito. Resolveu colocar um CD de Flávio José de mil novecentos e lá vai o verão “...ela me traiu usando o resto das camisinhas, que eu deixei da última vez que a gente fez amor...” o hit me trouxe a memória os tempos que dona Rosa trabalhava na casa da minha mãe e passava o meio dia lavando a louça ouvindo os bregas mais Top 10 do momento. Notou pelo retrovisor que eu não tinha gostado. Desligou.

A sensibilidade humana às vezes me assusta. Interpreto mal. Não precisa da menor intimidade. O olhar. O tom da voz. O jeito de sorrir. Qualquer pessoa com a mínima sensibilidade mata meu estado de humor. E não se enganem os taxistas sempre conhecem os passageiros. Eles são sensíveis. Sabem quem está com pressa e quem está indo pra casa por falta de opção.

Era o meu caso ontem à noite. Queria pegar o telefone e sair ligando para todos os números da minha agenda em busca da companhia certa para rir. Ou pra chorar. Ou pra dizer que vou jogar tudo pro alto sabendo que hoje, quando o dia amanhecesse tudo ia passar.

Peguei outro táxi depois de 4 doses de vodka com soda e fui pra casa. Entrei cantarolando “e eu, gostava tanto de você...” na minha cabeça a indiferença. Não sabia nem o que estava cantando. Acho que alguém cantou e eu fiquei com a música no subconsciente.

- Boa noite.
- Boa.
- Vou ali...próximo ao Candidu’s Restaurante.
-Ok.
Estico as pernas e bocejo. O taxista em seu carro super-hiper-equipado com ar condicionado congelado me oferece água. Depois diz: “Vou colocar uma música que você vai gostar” e desce aquela Tv de 10’’ do teto com Ivete Sangalo cantando ‘Me Liga’ de Hebert Vianna. Luzes reguláveis, maquineta de cartão, almofadas no banco de trás, jornal do dia, revistas da semana, e eu já esperava a cobrança dos 10% da taxa de serviço. De repente a afirmação: - Seja lá o que tenha acontecido lembre-se que é apenas uma possibilidade e a vida é cheia de possibilidades.
Poético. Engraçado. Verdadeiro.

Um táxi divã.

Um taxista marketeiro.

Gostei.