sábado, 3 de março de 2012

Sobre começar um novo amor...

Para Eduardo Magalhães (@edulhaes)

Começar um novo amor é como começar um novo livro. Não sei por que me ocorreu essa comparação outro dia. Mas é. Sei lá, mas sempre que começo a ler algo novo, tenho vontade de me apaixonar. Sinto como se estivesse começando um novo amor. E, pensando outro dia, quase sempre começo um novo livro junto com um novo amor. Foi assim da última vez. Acho que do começo pro meio eu li uns três livros, no fim, já não conseguia ler nada. Nem mesmo as mensagens que não vinham.

Notei que fazia essa co-relação quando ela me tomou de assalto enquanto conversava com uns amigos sobre Extremamente Alto e Incrivelmente Perto, de Foer, e lembrei que foi um presente com umas das dedicatórias mais lindas que ganhei escrita por ex- namorado. Com muitas pessoas isso acontece com música, comigo também.

Mas ler um novo livro é como começar um novo amor pela sensação de entusiasmo. Vezenquando termina bem, outro quando nem começa, é o meio que vai definindo e definhando tudo.

É como fazer o caminho mais longo só porque é mais bonito e a beleza nos dá aquela sensação de que tudo é possível. Ou até mesmo como acordar de manhã e coar o café no pano “porque existe uma arte de olhômetro para atingir a medida certa” – como sempre me ensinou Vovó ao pé da pia.

No amor, tem gente que também precisa de uma medida certa. Como coar café no pano. Eu não sei. É como se amar com medida fosse sempre trazer algum dano maior do quê deixar o café amargo.

Tenho um grande amigo, de infância, que tem tentado. Outro dia escreveu que está aprendendo a ser racional e menos romântico. Senti uma coisa meio Herbalife – Pergunte-me como?

Mandei ele aprender a coar café no pano. E logo veio a resposta “gosto de coisas solúveis, tomo nescafé”. E não seria solúvel o pó na água? Talvez seja mais fácil errar a medida.

Nunca vi uma pessoa que lê de verdade adiar o final de um livro. Guardar páginas pra amanhã com receio que o livro acabe é coisa de quem não lê.

Amar limitando o que o outro quer lhe oferecer é coisa de quem não dá.

3 comentários:

Anônimo disse...

Dizem que café coado no pano é mais gostoso. Talvez por causa desse olhômetro. O olhômetro significa cuidado.
"Amar limitando o que o outro quer lhe oferecer é coisa de quem não dá." Frase perfeita... Texto perfeito.

Onde fazemos a carteirinha de fã? ;)

Beijo, Lidi.

Anônimo disse...

Inspiradissima. Texto lindo!!!

Camila Paula disse...

Concordo plenamente! ;*