domingo, 15 de abril de 2012

Achava que não tinha mais nenhum mistério para desvendar no seu corpo e a luz acendeu.

Arrumávamos nossa bela vista defronte para as janelas dos outros enquanto nosso suor refletia o sol que invadia o vidro interrompendo um silêncio calado sem perdão, porque não se peca quando o mundo se abre no olhar.

E dentro de toda essa nossa atmosfera onde só a respiração fala, sinto o seu corpo nu no meu. Ah como o nosso corpo cabe um no outro! O jeito que seus dedos se encaixam nos meus cabelos e que as minhas coxas abraçam os teus quadris. A palma dos seus pés me amando até a sola dos meus. O mundo se move no nosso tempo enquanto a gente se move entre o chão e as paredes. Meus seios, seu regaço. E Basta sorrir. Te dou meus ossos. E te dou todos os meus cheiros, e minhas promessas não cumpridas, meus monólogos incompreensíveis, minhas declarações de amor bêbadas - e as de ódio, e aquelas observações sinceras intermináveis; meus gritos, meus silêncios, meus gemidos, meus sussurros, os pelos da minha pele e minha pele pra você tatuar o que quiser e tattoo you. Minhas palavras, meus papéis, minhas tintas, meus pincéis e toda essa felicidade para colorirmos a parede da nossa atmosfera de claridade. Meus suspiros, quando termino de absolver o seu corpo. Enquanto você, de pé, vai virando o disco e virando uma dose de uísque pra lembrar que “ó, a gente tá brigado”.

Ãn-rã-n.

E eu sei que eu respondo cínica a tudo que me faz ser sua.

Mas o que eu quero mesmo que você saiba é que [dois pontos] não tenho mais nenhum mistério a desvendar no teu corpo.

Até tocá-lo a próxima vez.

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- teu corpo cabe no meu

3 comentários:

Anônimo disse...

O cara não fica puto com você escrever o que acontece com vocês?

Laris. disse...

Eu escrevo pra mim;

Fanzine Episódio Cultural disse...




A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

*Fabiana Almeida Cruz (fomentadora cultural / Salvador-BA)

O número de violência contra a mulher é bem maior do que os dados registrados e apresentados pelas delegacias das mulheres. Muitas vítimas não denunciam seus agressores. Algumas mulheres têm medo, outras se sentem envergonhadas. Muitas são de baixa renda e sem o conhecimento de que é possível combater esse crime.
A justiça criou a Lei Maria da Penha (Lei de violência Doméstica e Familiar contra a Mulher), decretada pelo Presidente Lula, no dia 07 de Agosto de 2006.
Mesmo com essa medida, por que alguns homens continuam cometendo esse crime?
A resposta é que na verdade a nossa sociedade, mesmo com toda modernização, ainda é machista. Já faz parte do instinto do homem a posse, vendo a mulher como sua propriedade e inferior em todos os aspectos perante a sua posição.
A maioria dos homens ainda continua sendo adestrada com a visão de superioridade, não admitindo a conquista das mulheres pelo direito de igualdade como consta na constituição: “De que todos são iguais perante a Lei”.
Todas as crianças (meninos e meninas), desde a fase do seu desenvolvimento devem ser educadas com essa conscientização. As meninas de que o seu papel no mundo não é para ser submissa ao homem, servindo só para forno e fogão. E, principalmente com os meninos, quando os pais costumam dizer durante a educação, que homem não chora, não cuida dos afazeres domésticos e etc...
A mulher violentada não pode deixar esse crime impune, deve denunciar seu agressor à justiça. Não podemos nos esquecer que existem outros tipos de violência contra a mulher sem ser a agressão física. Existem também as que não deixam marcas corporais como as ofensas verbais, humilhações e o abandono.
A mulher deseja e precisa sentir-se amada e o mais importante: ser respeitada.
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Obs: Fabiana é criadora do ESPAÇO LIVRE BLOG COLETIVO http://blogcomfabi.blogspot.com.br/