Homem mauricinho nunca fez o meu tipo. Nunca fui de ir aos barzinhos em busca de paquera, mas se fosse, já entrava no descarte.
A beleza alemã é opaca demais para o meu gosto. Os nascidos na década de 80 que costumam passar os finais de semana em casa de praia lotadas, também não compreenderiam a vida de quarentona que eu levo. Os solitários, que se acompanham de uma carteira de Carlton vermelha e passam a noite inteira com uma única cerveja também não conseguiriam um torpedinho se quer no dia seguinte.
Não, não sou exigente. Também não faço o tipo deles. Não sou bonita e de longe me encaixo nos padrões de beleza, o que pra mim é ótimo, já que odeio padrões.
Caminho entre a linha tênue do intelectual-malandro. Dá gosto de ligar no outro dia. Cada SMS enviado é um suspense na espera do recebido. É trauma. Trauma de adolescência. Descobri hoje.
Quando tinha 16 para 17 anos, me apaixonei por um mauricinho-mulherengo e paguei todos os meus pecados por antecipação. Ele pode carregar um mérito: foi o último e único homem que eu liguei só para ouvi-lo dizer “alô” e desliguei sem coragem de falar o que sentia. Como diz por essas bandas, o desgraçado me fez ‘comer o pau que o djabo amassou’, mas ele tinha um num-sei-quê que me deixava eufórica. Eufórica, nada, me deixava louca mesmo.
Entre as dezenas de namoradas dele eu não fui escolhida para oficial. Sofri. Chorei. Quis me atirar no rio Mossoró. Passou. E passou rápido. Pouco depois, em outro colo, eu conheci o amor.
Hoje o reencontrei. Depois de... nem sei quantos anos faz. Entrei numa papelaria e lá estava ele conversando com o dono que me recebeu feliz. Ele nem me cumprimentou. Perguntou na lata, esticando a mão esqueda sobre a mesa para mostrar a aliança de quase 2cm de altura. E o casório? Respondi: Em breve. Ele sorriu e disse: As coisas poderiam ter sido diferente.
Parecia o dialogo de Sweet Rain. Mórbido. Sem encanto. Sem graça. O dono da papelaria nos olhava com olhos de telespectador de partidas de ping pong. Preferi deixar minha reuniãozinha para outra hora.
Achou que eu estava frágil. Mas... Enganou-se!
Não, não uso mais aliança. Aliança é simbolismo.
Uso sentimentos. Sentimento é nó.
A beleza alemã é opaca demais para o meu gosto. Os nascidos na década de 80 que costumam passar os finais de semana em casa de praia lotadas, também não compreenderiam a vida de quarentona que eu levo. Os solitários, que se acompanham de uma carteira de Carlton vermelha e passam a noite inteira com uma única cerveja também não conseguiriam um torpedinho se quer no dia seguinte.
Não, não sou exigente. Também não faço o tipo deles. Não sou bonita e de longe me encaixo nos padrões de beleza, o que pra mim é ótimo, já que odeio padrões.
Caminho entre a linha tênue do intelectual-malandro. Dá gosto de ligar no outro dia. Cada SMS enviado é um suspense na espera do recebido. É trauma. Trauma de adolescência. Descobri hoje.
Quando tinha 16 para 17 anos, me apaixonei por um mauricinho-mulherengo e paguei todos os meus pecados por antecipação. Ele pode carregar um mérito: foi o último e único homem que eu liguei só para ouvi-lo dizer “alô” e desliguei sem coragem de falar o que sentia. Como diz por essas bandas, o desgraçado me fez ‘comer o pau que o djabo amassou’, mas ele tinha um num-sei-quê que me deixava eufórica. Eufórica, nada, me deixava louca mesmo.
Entre as dezenas de namoradas dele eu não fui escolhida para oficial. Sofri. Chorei. Quis me atirar no rio Mossoró. Passou. E passou rápido. Pouco depois, em outro colo, eu conheci o amor.
Hoje o reencontrei. Depois de... nem sei quantos anos faz. Entrei numa papelaria e lá estava ele conversando com o dono que me recebeu feliz. Ele nem me cumprimentou. Perguntou na lata, esticando a mão esqueda sobre a mesa para mostrar a aliança de quase 2cm de altura. E o casório? Respondi: Em breve. Ele sorriu e disse: As coisas poderiam ter sido diferente.
Parecia o dialogo de Sweet Rain. Mórbido. Sem encanto. Sem graça. O dono da papelaria nos olhava com olhos de telespectador de partidas de ping pong. Preferi deixar minha reuniãozinha para outra hora.
Achou que eu estava frágil. Mas... Enganou-se!
Não, não uso mais aliança. Aliança é simbolismo.
Uso sentimentos. Sentimento é nó.
2 comentários:
QUE MERDA!!!!! VOCÊ ANDA ESCOVANDO A BOCA COM QUE? COM BOSTA? QUE FEDOR!!!!!
Larissa amiga, adoro seus textos...esse último...não me diga mais nada! Dá gosto em ler, sinceramente. Não é adulação, mas tenho orgulho em te ter como amiga!Um dia, escreverei assim também!
Postar um comentário