sexta-feira, 21 de maio de 2010

Se beber, não tuíte.

Rapidamente chegam a duas conclusões sobre mim. A primeira é que eu sou braba. A segunda é que “você não é de mandar recados”, como se diria na terra de Didi Mocó Sorinzé Colesterol. Pois bem. Quanto a ser braba é um tremendo exagero. Quanto a não mandar recados, não sei. Não sei se eu não mando recados ou se os outros mandam recados demais.



A vida tem me tornado uma pessoa sem muitas fantasias. Não sem imaginação. Minha vida real é muito atarefada, séria, educada, certinha e cheinha de protocolocos. A virtual? Bem a virtual é uma rebombela de desabafos, desafetos e dissabores.


O filme mais besta que vi na minha vida foi “Se beber, não case”, inclusive, até hoje quando eu lembro que desperdicei duas horas de uma noite de sábado no cinema para assistir me arrependo. Salve-se a companhia, as pipocas com guaraná e os amassos. Mas como nem o vento que não sopra nessa vida acontece por acaso, hoje, meses depois, sem a companhia, sem os amassos e sem a pipoca, mas com o guaraná, eu entendi que do título do filme sairia o melhor trocadilho dos últimos tempos da última semana: Se beber, não tuíte.


Se beber, não tuíte. As chances de dar em merda são enormes. É verdade. Você pode sim mudar sua vida em 140 caracteres pro bem ou pro mal – dependendo, claro, do referencial. Conheço pessoas que se tornaram celebridades, desmancharam o namoro dos sonhos, ridicularizaram o chefe, pediram alguém que mal conheciam em casamento e escreveram pornografias que revelaram os mais profundos e íntimos desejos sexuais.


Sem ilusões, por favor!


As pessoas perdem a noção de tempo, espaço, vergonha e sociedade em 140 caracteres. Sem contar, os registros digitais, as fotinhas sexieis e et cetera e coisa e tal.


Vai sair para beber? Faça o seguinte: deixe o computador desligado. Deixe a bateria descarregar, esconda o teclado, adormeça no sofá, amordace os dedos, faça qualquer coisa que não seja apertar o click ou meter o dedo indicador no enter.


Ultimamente, tenho cometido algumas gafes virtuais. Fiz concessões, dei conselhos tortuosos, sugeri separações que não se concretizaram, propus o inatingível. Desabafei, me abri, me declarei por twitter sob o comando de algumas doses de vodka. Às vezes, entre o céu e o inferno.


Mas como me controlar? É irresistível. A bebida abre o coração reprimido, desarma, abaixa a guarda. A bebida revela tudo o que é preciso para se escrever, se criar, se compor com verdade e precisão. Sensatez serve aos matemáticos, não aos inquietos. Eu aviso: estou bêbada. De quê adianta? De nada.


Agora, junte tudo isso ao sono e a falta de reflexos na hora de clicar “send”. Então, comete-se a gafe maior de todas: enviar de porre uma “direct mensage” para o
@rroba errado.

Que merda, Moço!



3 comentários:

Anônimo disse...

Ai, ai... Lari, o conselho é bom mas me parece ser comum beber e tuitar. Rsrsrs Não se sinta só nesse mundo virtual q vê dobrado. hahaha

Ok, eu nem corro o risco de beber e tuitar, vc sabe. Minto se disser q não me divirto com os desabafos, vindos dos intervalos entre um gole e outro de vodka! E não apenas seus, viu?:D

Beijão pra vc, q adoro!

Lidiane

@monicacompoesia disse...

Aos que se consideram bons de tecla todos os pecados são perdoados, todos os deslizes são deletados e só lhes resta a sensação prazeirosa de ter acima de tudo provocado, mesmo que tenha resultado em um sentimento contrário ao que a teclada se propôs.Benditos sejam os que provocam no outro reações, sejam químicas, poéticas ou emocionais.
Resta saber quem se considera bom de tecla...

Leandro disse...

Olá, sou um dos caras da UGRA PRESS e o responsável pelo post inicial da série "Malditos porteños!".

Escrevi por aqui pois aquela conta de Twitter é compartilhada e achei melhor, de alguma forma, responder diretamente para você.

Sim, eu moro no Brasil, em São Paulo. Sou formado em Letras, e embora eu não tenha me formado em Espanhol (minha habilitação foi Português e Latim) desde há mais ou menos dois anos a literatura latinoamericana está presente em minha vida. A idéia da série surgiu justamente dessas leituras, que me mostraram excelentes textos, muitos dos quais desconhecidos por aqui, onde apenas nomes consagrados como Borges e Cortázar conseguem chegar.
Bom, é isso. Lá no meu outro blog tem links para meu Orkut e Facebook, me adicione para conversamos mais. Obrigado