Sexta-feira – 11: “Vem saber quantas vitórias/por mares que só eu sei/ vem ver que a vida ainda vale/ o sorriso que eu tenho pra lhe dar” – hoje Chico fez o favor de me acordar. Moroso. Bem que poderia ser “amanhã vai ser outro dia, larálarálará...” Pois bem, como eu ando movida por um conformismo de sete céus não vou reclamar dos “Olhos d’água”. Quase não acordo hoje. Decidi chegar ao trabalho às nove. Decidi tomar café da manhã na casa da minha avó só porque acordei com uma vontade enorme de ouvir ela me contar histórias de papai. As mesmas histórias de sempre- Claro, lesada! E você esperava o quê? Histórias novas do que estatizou, é?! Só você, dããããããã. Bem, vovó não me contou histórias de papai. Fiquei com vergonha de pedir. Ela anda empolgada com minha tia que está pra chegar de férias com o marido Argentino e o filho Dinamarquês. Meu primo, coitado, tão lindo. Branco como a neve, crescendo confuso com uma mãe brasileira, um pai argentino e uma educação européia. Quando ele chegar aos 15 anos eu terei 40 - vou morrer antes. Para a minha felicidade o primeiro compromisso oficial era às 11h. Li os jornais com calma, assisti flash’s do futebol – primeiro dia de jogos da Copa do Mundo que acontece na África, falando nisso, fiquei meio serelepe quando Loco Abreu entrou em campo pelo Uruguai, ele tem um jeito tão Botafogo de me dá alegria acertando gols. A melhor hora do dia foi lá pras 4h da tarde quando eu enchi de tanta coisa e fui desopilar no café da esquina. Lá tem umas revistas de moda, comportamento e futilidades femininas que eu nunca compro, mas, gosto de folhear naquele bucolismo animado do café. Esqueci que não tinha sacado dinheiro, consequentemente os R$ 6 que tinha na carteira não dava pra pagar o cappuccino, a água e um saco de biscoito de canela que tinha aberto. A máquina de débito estava sem papel. “Larissa deixe. Depois você passa aqui e paga” “Não, vou sacar e venho deixar” “Pode deixar, Larissa, faço questão” – surge aquela voz no meio do nada, quer dizer, Ele estava lá quando eu entrei, ando meio cega mesmo. Mineiro. De Montes Claros. Veio assumir um concurso público, mora aqui há dez dias. Dei meu cartão pra ele. Quero retribuir a gentileza. Fiquei sem jeito. Mary espontânea e metida falou: Pronto. Você não precisa conhecer mais ninguém
Sábado – 12: Amor só se cura amando. Hoje é dia dos namorados e não faz o menor sentido eu não começar falando de amor. E, até faria, se eu fosse abordar todo apelo comercial que a data sugere, porque só sugere isso. Eu sempre presenteei o gesto. Nunca jurei amor nessas datinhas comemorativas, aliás: natal, ano novo, aniversários, dia dos namorados, aniversário de namoro, casamento, noivado só servem pra beber e jantar fora. E foi o que eu fiz. Curti o dia com os amigos e, não tenho lembrança de um dia dos namorados tão engraçado. Primeira cerveja em homenagem a Lionel Messi. Segunda cerveja em homenagem aos amigos vindos de Natal para curtir o Mossoró Cidade Junina. Terceira cerveja interrompida por uma porção de mousse de maracujá. Da quarta em diante não houve mais brinde. Diversão, gargalhadas, contos e conversa de bêbado. Ah, eu vi o pôr do sol de um 3° andar enquanto concluía que o hit do meu momento é “todos falam que eu falo demais/ e que ando bebendo demais/ que essa vida agitada não serve pra nada/ bar em bar/bar em bar”. Egoísmo meu gostar das tardes amarelas. Hoje ela teve mais cores do que eu esperava. Como ultimamente eu ando meio enamorada comigo me presenteei com uns livros de Bolaño. Uma observação sobre Bolaño é que ele tem o livro do título mais fodástico que eu conheço: Putas Assassinas. O cara escrever um livro e chamá-lo de Putas Assassinas é o sábado do dia dos namorados. Vi muita gente fazendo promessas pra Santo Antônio – coitados. Enfim. Foi um dia muito feliz. Fazia muitos anos que eu não me atrevia a dançar quadrilha. Dancei. Foi divertido demais. Eu gosto de dias sem romantismo. São mais racionais.
2 comentários:
Paquera mineiro, einh?! Estás perdida, loirão.
Adoreiiiiii. Lembra que a gente colecionava adesivos?
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