segunda-feira, 12 de julho de 2010

Cartão Postal - II Ato

Chorei com suas palavras.

Endureci? Amadureci? Você quem está dizendo.

Pra mim, sempre serei assim. Sempre procurarei desesperadamente a instabilidade achando que o "novo" é o melhor, apesar de toda consciência absoluta de que não é porra nenhuma! Sempre acreditarei nas pessoas como se elas não fossem capazes de fazer comigo o que eu jamais faria com elas. E vou mais longe, sempre terei essa necessidade idiota de sofrer. De gostar dessa sensação absurda de abandono pra escrever besteiras sensíveis que só servem pra mim, pra ouvir músicas bobas, para andar de esquina em esquina procurando as experiências, pra ficar cada vez mais dependente do vazio, do escuro, do inseguro.

Uma vez você me disse que eu só brincava de ficar triste porque era muito feliz, lembra? Até hoje não sei se você tem razão.

Eu nunca vou aprender a amar! Eu sempre continuarei amando inteiramente entregue e presa a tudo que eu acredito, presa "as minhas verdades absolutas" - como bem disse aquela paixão idiota de inverno e inferno.

O que a gente não pode nunca: é se perder. É perder as nossas referências, é perder as nossas essências. Não podemos nunca perder o sentido do que verdadeiramente somos. Por mais que muitas vezes a imposição e o comportamento maduro sejam necessários não podemos perder essa menina de jeito engraçado, infante e inflamado que existe em nós.

Outra manhã estava pensando se por acaso eu deixasse de acreditar nas pessoas, o que seria de mim? Não seria mais essa pessoa iludida com a vida, com os sonhos, com o sol, com a lua.

Meus bons dias não terão sentido e meus amanhãs serão tão opacos quanto cinzas.

Aaaaaaaaa, como você ainda vai me ouvir chorar. Eu adoro chorar. Esse meu choro que é tão fácil quanto o meu riso. Que é tão espontâneo e verdadeiro quanto as minhas palavras. Escandaloso vezenquanto, silencioso nas madrugadas.

Essa carência do que eu não vivi. Esse excesso de imaginação.

Depois de uma grande decepção a gente aprende a nos olhar melhor. Apesar de acreditar por inteiro, a cegueira é embaçada. Eu procuro ver um pouquinho mais com a cabeça. Até pra descobrir se essa inteligência serve para outra além de escrever relatórios, planos de mídias, planejamentos de marketing e ações de mercado.

Outra coisa: aprenda a ser paciente. Eu tenho treinado. Juuuuro que tenho treinado. Se obtive sucesso? Não muito, mas não tenho mais tanta pressa. Tenho buscado não viver como se amanhã fosse o último tempo de sol, acredita? Tem sido difícil, mas tem sido doce. Eu vou me encontrar inteira. Eu vou me encontrar quando encontrar minha ebulição.

No amor? Já sei que só quando encontrar alguém tão desequilibrado, despretensioso e obstinado a amar sem parâmetros, sem limites e sem medidas, assim como eu. Será um céu ou um inferno. Será extremo. A gente vai se matar e, consequentemente, não sei o que será.

Você deve está pensando “não existem homens obstinados ao amor, babaca!” Eu sei. Eu sei que não. Não leu que “nunca vou aprender a amar”?! E o motivo eu já nem sei.

Ou o motivo está naquela pergunta: “Por que você não me deixa continuar te amando pra sempre?”

Enfim, tudo é escolha. E em cada escolha tudo se torna possibilidades - novas.

Um desabafo: só quem soube amar nesse mundo foram Léo e Bia, nem Paula e Bebeto, nem Eduardo e Mônica. E, cá pra nós, eu ainda desconfio muito de Oswaldo Montenegro. Ele também é inquieto. Não sabe amar.

Então, pra sua felicidade, sossegue. Vai passar.

Estou sempre aqui. Descruze esse oceano. Atravesse essa estrada.

É sempre urgente a sua presença.

Yo.

4 comentários:

@monicacompoesia disse...

A emoção consome, a paixão devora e o amor quando acaba demora para ir embora.

Anônimo disse...

É, meu bem, paciência ainda não é uma qualidade (e é qualidade mesmo?) que você costuma trabalhar, "pelear", verdad? :)

Uma das palavras que uso para definir você, embora seja impossível definí-la com uma palavra ou duas. A palavra é INTENSA.

Seja no inferno ou no paraíso, você sempre sobreviverá ao que for.

Beijo,
Lidi

Laris. disse...

E você anda me definindo por aí, Lidiane Mary? Para quem? Para os moços indisponíveis? Ou para as mulheres invejosas?

A gente sobrevive, né?
Tem que sobreviver. E eu sobrevivo a tudo. Menos a mim.

Besos.
Lari

Anônimo disse...

Não adianta proibir meu comentário, gatean. Rsrs

Tem quem pergunte se Larissa é gente boa, e eu tento definir... Seja para as invejosas, seja para os moços indisponíveis ou para aqueles que ainda calculam se podem dar conta de alguém tão... Tão... Tão... Tão Larissa Gabrielle! =)

Você não sobrevive a você? Ora, é para isso que os amigos servem... Tentar salvar você de si mesma. ;-)

Besos chica,
Lidi