quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Gavetas

Hoje é Dia de Reis. Uma coisa não tem nada a ver com a outra mas, eu comecei a manhã arrumando as minhas gavetas/mesas/gaveteiros de trabalho no Jornal. Sabem o que descobri? Que guardo as fitas/laços de tudo que recebo. E foi uma surpresa pra mim. Arrumando as gavetas, eu descobri uma mania que não sabia que tinha. Cada gaveta que eu abria me surpreendia com a quantidade de laços, fitas, amarrilhos e essas coisas que usam para segurar embalagens.

Foi uma manhã divertida porque eu também descobri que faço da minha mesa no trabalho, minha casa. Achei fotos pessoais, bilhetes, maquilagem, receitas de médico e até um par de chinelos.

O ponto ápice da arrumação foi quando eu achei agendas antigas de três, quatro anos atrás e acabei me dando conta que abandonei os diários quando comecei a programar meu dia em agendas e que, vezenquando nas páginas das agendas, entre uma reunião e um orçamento, tem sempre uma sensação solta no rodapé. Tem sempre uma frase rabiscada e o nome de uma música para ouvir depois.

Eu não mudo, eu não mudo!

Estou sempre amando da mesma forma. Mesmo que depois, enterre as palavras junto com os sentimentos nas gavetas como se rasgasse uma página de papel.

E este texto poderia ficar bem melhor se eu descrevesse tudo o que senti lendo 2007 e 2008 mas, não. Eu comecei falando da mania que eu descobri que tenho de guardar as fitas e os laços de tudo o que recebo dentro das gavetas da minha mesa de trabalho e sigo me perguntando até agora porquê o meu inconsciente faz isto. E sigo me perguntando tantas coisas que eu poderia ter feito e não fiz. Que eu poderia ter evitado e não evitei.

Os laços.

As fitas.

Por que os guardo? Por que os guardo se os nós que foram dados estão cegos e nem o tempo vão desatar?!

As fitas, os laços...

Não desfaz.


Legenda: Fitas na mesa - eu, ótima fotógrafa.

3 comentários:

giulia disse...

òtima mania! =D

Profª. Rokatia Kleania disse...

Muito bom o texto. Amei!!!!!!!!!!

Ricardo Augusto Lombardi disse...

A vida é feita por nós.
Só nos resta desatar esses nós.