terça-feira, 12 de abril de 2011

Agora a pouco uma amiga me ligou comentado que estava pronta para contar ao homem por quem ela está apaixonada que está apaixonada por ele. Me disse assim, que diria na lata, assim que ele atendesse o telefone e falasse: alô. Na situação em que eles se encontram, coragem dela. Que corre o risco de perder algumas coisas que podem ser menos passageiras que a paixão. Ou não.

Ela se entregou demais pra ele, me relatou. Dedicou toda a sua sinceridade, amizade e companheirismo, até que se apaixonou. E não soube, como ninguém sabe, o ponto certo de se doar e até quanto se entregar vale a pena. Às vezes, não vale. Não. A gente começa a se dá sem querer nada em troca. Sem compromisso, sem ciúmes e depois...

Depois não é por muito tempo que conseguimos encher os copos de água para o outro enquanto morremos de sede. Queremos sempre encher o bucho d'água.

"Minha paixão por ele é tão grande, que eu já me vejo capaz de ouví-lo me fazer confissões de outro amor pelo o simples prazer de estar com ele, de ouvir a voz" - me disse, e eu silenciei ao ponto dela precisar me chamar de volta à ligação. Não seria justo dizer a ela o que eu faria. Talvez me afastasse ou talvez não.

Não são estas atitudes humanas uma maneira de simplesmente alimentar o egoísmo do outro? É. Porque é cômodo demais apenas receber…

Ter alguém que lhe dê amor, se sujeitando a não pedir nada em troca.

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