terça-feira, 13 de setembro de 2011

Nossa estupidez,

Conheci Frauzi Arap por causa do Samba numa tarde solitária de final de semana no Dragão do Mar. Faz uns anos. Acho que 10 ou 11. Na época, eu estava em Fortaleza para prestar Vestibular e etc daí ouvi falar em "O mundo é um moinho" e quase fiz teatro. Só que me apaixonei e a comunicação me salvou (ou não), mas acabou dando uma mudança no roteiro. Voltando a Frauzi Arap, ele continuou sendo trilha textual de muitas fases. Daí ontem, eu lembrei de "O mundo é um moinho", lembrei que ainda dá tempo de fazer teatro e tentar definitivamente decorar estes versos:

E eu tenho que gritar isso
Porque você está surdo e não me ouve
A sedução me escraviza a você
Ao fim de tudo você permanece comigo
Mas preso ao que eu criei e não a mim
E quanto mais falo sobre a verdade inteira
Um abismo maior nos separa
Você não tem um nome e eu tenho
Você é rosto na multidão
E eu sou o centro das atenções
Mas há mentira na aparência do que eu sou
E há mentira na aparência do que você é
Porque eu não sou o meu nome
E você não é ninguém
O jogo perigoso que eu pratico aqui
Busca chegar no limite possível de aproximação
Através da aceitação da distância
Ou do reconhecimento dela
Entre eu e você
Existe a notícia que nos separa
Eu quero que você me veja nu
Eu me dispo da notícia
E a minha nudez parada
Me denuncia e te espelha
Eu me dilato
Tu me relatas
Eu nos acuso e confesso por nós
Assim me livro das palavras
Com a as quais você me veste.

[Fauzi Arap]


Sobre 'o mundo é um moinho':

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