Primeiros períodos da faculdade, sonhando e acreditando que poderia mudar o mundo. Palestra do Ricardo Noblat, professor de Marketing Político vai cobrar na prova, aluno tem que ir. Não pensei que depois que ouvisse o Noblat falar dos problemas dele, do Mino Carta, do Fausto Woff e do Diogo Mainardi, eu iria virar leitora diária e viciada de blogs políticos. Nem muito menos que o blog do Noblat me apresentaria uma das maiores pessoas que eu conheci na minha vida, escritor de um dos melhores blogs políticos de ‘anônimos’ que eu, sem exagero, já li.
Nasceu uma grande amizade. De longos papos no MSN, no Skype, de scraps no Orkut, de sms e de contas gigantescas de telefone que mamãe me fazia pagar com o trocado que ganhava na agência. Ainda não consegui apagar os contatos. Um cara que me faltam adjetivos e me recorda as noites que passávamos ao telefone preparando estratégias para ele chegar à Presidência da República. Está difícil escrever sem chorar, está difícil não me culpar por ter estado ausente, por não saber que durante tanto tempo meu grande amigo lutou escrevendo para viver.
É difícil acreditar que não posso pegar o telefone agora e ouvir aquele sotaque carioca dizendo que o meu é forte e desafinado e que eu sou diferente de todas as mulheres. Posso até ouvir sua voz, me pedindo para nunca acreditar nas “bolsas” do Lula. Que vontade de te abraçar, de ver seu lindo sorriso.
Agora tudo é tão tarde e a única coisa que me conforta é saber que tivemos uma amizade limpa, sincera, plena, afastada pelo tempo e o dinamismo da vida.
As afinidades nas coisas simples. Lembrei do papo de morrer jovem. Eu sempre achando que vou morrer antes dos trinta, mas ele queria viver cem anos me mandando deixar de falar besteira. E os versos da sua canção preferida do Chico me martelam a cabeça em busca da resposta “o que é que a vida vai fazer de mim?”. E agora? Eu nunca mais serei a marqueteira de um Presidente da República? E o que será das iguanas? E onde estará meu amigo? Talvez eu descubra no ‘tempo da delicadeza’.
Foram tantos ensinamentos. É inacreditável. Eu estou zonza ainda. Procurando uma razão. Uma coisa é saber que alguém está longe, outra coisa é saber que não está mais. Posso até ouvir o som da voz no tom da última vez que nos falamos no nosso aniversário em abril. Sempre tínhamos que ligar de madrugada entre a mudança dos dias. Ele me cobrando numa felicidade contagiante “quando vamos comemorar juntos?”
Lembro de tantas coisas, me arrependo de outras. O depoimento do Orkut que terminei dizendo que voaria 4hrs pra abraçá-lo em plena praia de Botafogo, e ele sempre me cobrava e eu sempre rebatia: “ah, teremos muito tempo”. Nada. Essa vida não nos dá tempo.
Meu amigo, você merecia um texto a altura dos que escreveu nessa vida. De leitura leve, simples, que entoa rima e coerência. Mas eu não consigo. Tentei durante um mês, e nada que eu rabisque chega à altura do que você merece. Eu não sei escrever levemente como você, apesar de ter incentivado tanto a criação do meu blog. Mas entre tantas lições eu entendi o seu recado. Agora terei mais pressa em viver. E você estará sempre bem guardado, aqui, dentro do meu coração.
Felippe Garschagen, *03/04/84 + 30/08/08
Imortalizado em: http://www.cerumano.com/ e http://www.hynkell.blogger.com.br/
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Lipoaspiração Mental
- Sabe a Sandy? Casou na última sexta-feira.
- Que Sandy?
- Sandy, a cantora, menina!!! Irmã do Junior, filha do Xororó, casou com Lucas Lima, músico também. Deixa eu dizer que na lista dela tinha presentes que custavam até 70 mil reais e os convidados só ficaram sabendo o local da festa 5 horas antes da cerimônia começar.
- Menina do babado. Isso muda a minha vida por décadas.
- Verdade. Eu vou já ligar para banca e pedir para reservar a Contigo, a Caras e Quem para eu acompanhar tudo na segunda-feira.
Conversam empolgadas duas dondocas no salão de beleza no último sábado. Eu sempre fico nervosa com a falta de assunto da maioria das mulheres que precisam fazer uma 'lipoaspiração mental'.
O melhor (ou pior) remédio anti-stress é sentar-se numa mesa de bar com uma mulher fútil. Ela (s) só tem dois assuntos: estética e fofoca (do meio artístico, o que é mais interessante). Fui vítima na semana que passou. Ouvi calados exatos 40 minutos de insultos as mulheres gordinhas, o que é o meu caso.
A lipoesculturada da mesa tinha tirado cerca de 4kg na cintura, colocado uma aplicação na bunda, tirado uma costela, arrebitado o nariz, feito uma aplicação de botox, colocado silicone, passado por 50 sessões de drenagem linfática e estava na tentativa de me intimidar perguntando insistentemente quando eu faria a minha. E eu, educadamente dizia que ainda queria comer muito chocolate. Engraçado é que ela usava do interessante argumento de que o desempenho sexual dela com o marido tinha melhorado em 30%, e que as cantadas e olhares que ela levava na rua tinham aumentado em média uns 40%, o detalhe é: comprovação estatística com a margem de erro percentual de 2% para mais ou para menos, claro! Eu olhava para a cara do marido e me corroia de vontade em perguntar como é transar com uma mulher vazia. Até que ela começou a dirigir a palavra para o meu noivo dizendo que o marido só a chamava de gostosa, de popozuda e cachorra.
Tive muita pena daquela mulher. Mas a única saída dela é essa mesmo: se cuidar! Casou adolescente, só teve ele de homem, engravidou, já passa de uma década de casada, os filhos já namoram, é sustentada pelo marido, acorda depois das 9hrs e dorme cheia de cremes anti- rugas quando termina a novela das 8hrs, lê todas as revistas de fofocas e passa as horas vagas no salão de beleza ou nos shoppings e perdeu parte da expressão facial com botox, o rosto, parece papel filme. Imagino o susto que o pobre do marido deve tomar todas as manhãs quando olha aquele rosto cheios de cremes e aquele corpo amarrado de cintas. Eu comecei a refletir sobre a minha vida e questionar se a certa não era ela.
O marido, coitado, todo meio graça. Até que um amigo solteiro na mesa solta "Admiro muito o Vinicius, mas concordo com o Nelson quando alerta: mulheres sejam interessantes". Ela certamente não entendeu nada, deve ter achado que Vinicius e Nelson eram dois colegas da turma que ela ainda não conhecia. Mas meu amigo deu a brecha para a quebra do meu jejum e o uso da minha modéstia. Olhei bem nos olhos dela e disse que meu noivo podia não me ter com as medidas da Juliana Paes, mas me tinha inteligente ao ponto de sair com ele, sentar numa mesa de amigos, discutir com argumentos condizentes política, economia, negócios, a alta do dólar, a queda do euro e não fazê-lo passar vergonha. O marido pediu a conta. Mas ela não podia dormir sem essa.
Larissa Gabrielle Araújo
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Incerteza gera inspiração
'A incerteza gera inspiração', talvez seja por isso que eu esteja mais uma vez desgastando os meus pensamentos. ]
Chegou a hora que arrumar as malas. E entre roupas, sapatos, livros e documentos, a incerteza corrói. Mas do que o medo, a dúvida planta a angústia da decisão que pode ser errada. É triste conviver com realidades insuportáveis. É triste ter que aceitar condições. Não é fácil partir. Um novo lado, um novo sol, uma nova terra, um novo cotidiano, cheio de novas amizades que por mais acolhedoras que sejam será um esforço se fazer sentir em casa.
Era claro que o lugar era aqui. Essa terra que de tão quente que é faz arder à alma dos que chegam. A terra da liberdade, da luta da coragem, da veemência, da força. Corre nas veias de quem nasce aqui um sangue forte que não foge da luta, não tem medo de viver e enfrenta a ferro e fogo os desalinhos da vida.
Aprender a viver de paixões. Por ironia da vida e do destino despertar sentimentos intensos e inteiros, alguns até plenos. Uns bem vividos, outros nem vivos. Todos marcantes. Confessar ser apaixonada por cada recanto desse lugar. Pelo o calor da terra, pelo o sorriso das pessoas, pelo o acolhimento, pelo regaço, pelo abraço, pelo o rio que corta e pelo o jeito que o sol se opõe. E não é lema nordestino.
Romper é mais difícil do que pensar. Entrar no quarto e olhar as coisas, os retratos, a rede, os lençóis, travesseiros, as bagunças, os segredos, os desejos, os sonhos jogados nas paredes, as lágrimas derramadas no chão. As vontades ocultas, as confissões secretas, os dias que não amanheceram as noites que nunca foram dias, as palavras que foram sussurradas nas madrugas ao telefone, as respostas que foram ensaiadas diante do espelho.
Os números dos contatos diários da agenda telefônica que serão substituídos, a busca pelo o novo espaço. A corrida contra o melhor tempo. O novo lugar onde se vai viver e repousar desafetos. O medo se transforma na vontade estranha de renascer. Mas ao olhar tudo em volta, as voltas giram em linhas tortas e tudo volta ao 'não ser'.
Nunca os conselhos foram tão inúteis. A decisão tão séria. A arrumação tão desarrumada. Nunca sabemos as conseqüências das decisões. Mas o mundo é perfeito. E já se abre um sol maior na fé que você deposita em você e, só.
Larissa Gabrielle Araújohttp://tsctsctoctoc.blogspot.com/
Chegou a hora que arrumar as malas. E entre roupas, sapatos, livros e documentos, a incerteza corrói. Mas do que o medo, a dúvida planta a angústia da decisão que pode ser errada. É triste conviver com realidades insuportáveis. É triste ter que aceitar condições. Não é fácil partir. Um novo lado, um novo sol, uma nova terra, um novo cotidiano, cheio de novas amizades que por mais acolhedoras que sejam será um esforço se fazer sentir em casa.
Era claro que o lugar era aqui. Essa terra que de tão quente que é faz arder à alma dos que chegam. A terra da liberdade, da luta da coragem, da veemência, da força. Corre nas veias de quem nasce aqui um sangue forte que não foge da luta, não tem medo de viver e enfrenta a ferro e fogo os desalinhos da vida.
Aprender a viver de paixões. Por ironia da vida e do destino despertar sentimentos intensos e inteiros, alguns até plenos. Uns bem vividos, outros nem vivos. Todos marcantes. Confessar ser apaixonada por cada recanto desse lugar. Pelo o calor da terra, pelo o sorriso das pessoas, pelo o acolhimento, pelo regaço, pelo abraço, pelo o rio que corta e pelo o jeito que o sol se opõe. E não é lema nordestino.
Romper é mais difícil do que pensar. Entrar no quarto e olhar as coisas, os retratos, a rede, os lençóis, travesseiros, as bagunças, os segredos, os desejos, os sonhos jogados nas paredes, as lágrimas derramadas no chão. As vontades ocultas, as confissões secretas, os dias que não amanheceram as noites que nunca foram dias, as palavras que foram sussurradas nas madrugas ao telefone, as respostas que foram ensaiadas diante do espelho.
Os números dos contatos diários da agenda telefônica que serão substituídos, a busca pelo o novo espaço. A corrida contra o melhor tempo. O novo lugar onde se vai viver e repousar desafetos. O medo se transforma na vontade estranha de renascer. Mas ao olhar tudo em volta, as voltas giram em linhas tortas e tudo volta ao 'não ser'.
Nunca os conselhos foram tão inúteis. A decisão tão séria. A arrumação tão desarrumada. Nunca sabemos as conseqüências das decisões. Mas o mundo é perfeito. E já se abre um sol maior na fé que você deposita em você e, só.
Larissa Gabrielle Araújohttp://tsctsctoctoc.blogspot.com/
Assinar:
Postagens (Atom)