“Devia ter arriscado mais”. Estou fazendo as mesmas coisas diariamente e reclamando da rotina. Acostumei meu corpo e meu cérebro a acordar e dormir. Quando estou sem tempo, quero férias, quando se cogita férias suplico resmungando o medo de ficar o dia sem ter nada para fazer.
A verdade é que reina a insatisfação e eu me agarro à rotina por medo das conseqüências que uma simples mudança possa me trazer. Não sou diferente da humanidade, todo mundo tem medo de mudar. Experimentar o novo – e quem está escrevendo isso é uma pessoa inconseqüente e impulsiva – desespera.
Ontem sem esperar, notei meu primeiro fio de cabelo branco. Estava no trabalho, na minha sala e fui prender os cabelos quando vi aquele fio prateado, luminoso e destacante em meio aos outros marrons – dourados. Levantei as pressas e fui confirmar em um espelho maior, arranquei-o imediatamente, liguei pra minha cabeleireira e passei o resto do dia conversando com o fio e querendo convencê-lo de quê ele tinha nascido na cabeça errada. Hoje, escovando meus cabelos, ela achou mais dois.
Vou fazer 25 anos daqui a quatro meses e vendo flashes do Carnatal pela TV no final de semana vi que ainda não vivi quase nada. Nunca tomei glicose na veia por beber demais, nunca beijei dez garotos embriagados na mesma noite, nunca fui ao show da Ivete, nunca dormi numa calçada, nunca transei com alguém que conheci na farra e nunca cometi muitos exageros por diversão. Não, não sou certinha. Já fiz até coisas piores dependendo do referencial; o quê me vem em mente é a minha falta de futilidade e jovialidade.
O meu maior problema é que comecei a viver de trás pra frente. Ser precoce é bom, mas como tudo na vida a independência também tem seu preço, e eu sinceramente, sinto muita falta de poder passar o mês de janeiro inteiro na praia tendo como maior preocupação o tom do bronzeado.
Mas o tempo e o trabalho, coitados, não têm nada com isso. A culpa é minha. Ultimamente, até dos compromissos profissionais – eventos, viagens - eu tenho fugido. Eu ando “velha e chata” como me disse Robertha num ataque ao telefone outro dia. E estou mesmo. Não tenho a menor disposição de sair de casa, e aguardo o dia inteiro a hora de chegar, armar uma rede e ficar tendo overdoses de filme e música. É grave, eu sei, mas não tenho vontade de mudar e como disse minha tolerante terapeuta, talvez seja dessa tal mudança que eu tenho medo.
Bem, a única coisa que pode diminuir o nascimento de mais alguns fios brancos é coragem. É lembrar-me que apenas as mudanças, com as decepções e desilusões que elas me trarão me livrarão de algumas preocupações e naturalmente exalarão vontade de viver. Afinal, uma mudança que nos traz conseqüências ruins jamais será esquecida ou repedida. E uma mudança boa será incluída no velho dia-a-dia como um salto de liberdade.
E o melhor a fazer é pensar nessas coisas outra hora, senão, perderei o sono. Vou armar minha rede, se amanhã não mudar, pintarei os cabelos de azul que é mais prático.
A verdade é que reina a insatisfação e eu me agarro à rotina por medo das conseqüências que uma simples mudança possa me trazer. Não sou diferente da humanidade, todo mundo tem medo de mudar. Experimentar o novo – e quem está escrevendo isso é uma pessoa inconseqüente e impulsiva – desespera.
Ontem sem esperar, notei meu primeiro fio de cabelo branco. Estava no trabalho, na minha sala e fui prender os cabelos quando vi aquele fio prateado, luminoso e destacante em meio aos outros marrons – dourados. Levantei as pressas e fui confirmar em um espelho maior, arranquei-o imediatamente, liguei pra minha cabeleireira e passei o resto do dia conversando com o fio e querendo convencê-lo de quê ele tinha nascido na cabeça errada. Hoje, escovando meus cabelos, ela achou mais dois.
Vou fazer 25 anos daqui a quatro meses e vendo flashes do Carnatal pela TV no final de semana vi que ainda não vivi quase nada. Nunca tomei glicose na veia por beber demais, nunca beijei dez garotos embriagados na mesma noite, nunca fui ao show da Ivete, nunca dormi numa calçada, nunca transei com alguém que conheci na farra e nunca cometi muitos exageros por diversão. Não, não sou certinha. Já fiz até coisas piores dependendo do referencial; o quê me vem em mente é a minha falta de futilidade e jovialidade.
O meu maior problema é que comecei a viver de trás pra frente. Ser precoce é bom, mas como tudo na vida a independência também tem seu preço, e eu sinceramente, sinto muita falta de poder passar o mês de janeiro inteiro na praia tendo como maior preocupação o tom do bronzeado.
Mas o tempo e o trabalho, coitados, não têm nada com isso. A culpa é minha. Ultimamente, até dos compromissos profissionais – eventos, viagens - eu tenho fugido. Eu ando “velha e chata” como me disse Robertha num ataque ao telefone outro dia. E estou mesmo. Não tenho a menor disposição de sair de casa, e aguardo o dia inteiro a hora de chegar, armar uma rede e ficar tendo overdoses de filme e música. É grave, eu sei, mas não tenho vontade de mudar e como disse minha tolerante terapeuta, talvez seja dessa tal mudança que eu tenho medo.
Bem, a única coisa que pode diminuir o nascimento de mais alguns fios brancos é coragem. É lembrar-me que apenas as mudanças, com as decepções e desilusões que elas me trarão me livrarão de algumas preocupações e naturalmente exalarão vontade de viver. Afinal, uma mudança que nos traz conseqüências ruins jamais será esquecida ou repedida. E uma mudança boa será incluída no velho dia-a-dia como um salto de liberdade.
E o melhor a fazer é pensar nessas coisas outra hora, senão, perderei o sono. Vou armar minha rede, se amanhã não mudar, pintarei os cabelos de azul que é mais prático.
4 comentários:
Amiga, cabelos brancos indicam experiência, e as suas experiências são boas para seu futuro.. RELAXE! Se soubesse que você ia ficar tão depressiva, não teria dito nada! =/
O lado bom de não ter feito coisas que você comumente poderia ter feito antes é que ainda existe a possibilidade de fazer e com uma consciência muito mais apurada. Quanto aos cabelos brancos, dizem que será moda em breve. Xêro.
Vc tá escevendo muito bem Laris.
Aliás, gostei da "falta de futilidade", mas jovialidade vc tem, porém é destinada a outras coisas, tão jovens e menos perenes que esta 'jovialidade momentânea (ou instantânea)' que existe.
bjs :) adorei este texto.
Ja percebi que eles andam me visitando tbm. Fiquei estatica no banheiro, olhando. Mas ai passou! F&¨%$-¨%!! as vezes tenho a sensacao do que poderia ter feito(embora tenha um "sim"-mais de uma vez pra seus exemplos).Deve ser normal... QQ coisa, segue a frase da ministra: Relaxa e huuum...!kkkk
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