segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Eu e a moda, a moda e eu.


Desculpe Glorinha Kalil, todas as butiques e grifes, todas as revistas femininas e todos os meus amigos colunistas sociais, mas desfiles de moda são um ‘programa cultural’ que eu não faço, aliás até a semana passada nunca tinha feito e pretendo nunca mais fazer.

Existem certas programações do mundo feminino que não me dão tesão, sinceramente, prefiro uma partida de futebol Potiguar x Baraúnas com o Nogueirão lotado do quê meia hora sentada sentindo cheiro de gelo seco e vendo aqueles modelitos estranhos passando na minha frente. Ou você vai-me dizer que sairia na rua com aqueles penteados, maquiagens e roupas?

Nada contra os modelos, os estilistas, as passarelas. Alguns desfiles são verdadeiros shows de produção. E se um dia você quiser fazer um programa fantástico vá ao show que a Victoria’s Secrets promove para apresentar suas novas coleções.

Bem, recebo dezenas de convites, agradeço e nunca vou. Mas essa semana uma das minhas melhores amigas organizou um mega desfile trazendo até globais à sua passarela, já tinha consigo fugir; mandei flores e ela me ligou agradecendo e pedindo “pra dar um jeitinho” mesmo sabendo que não tinha um jeitão que desse jeito. Para minha sorte, fomos fazer a unha justamente na mesma hora e local, já imaginaram, ela me chantageou as pitangas. Cheguei em casa enfadada de tanta imploração e a piada de “ahhh, não vai arrancar pedaço. Você tá ficando velha e chata”.

Vencida pelo cansaço, fui e confesso: foi até divertido. A comida estava ótima, o vinho ao ponto, os gays podendo usar purpurina e maquiagem, as mulheres sustentadas pelos maridos fotografando com seus iPhones, os colunistas sociais pedindo àquela blusa belíssima como pagamento pela notinha em destaque, os fotógrafos atentos a cada cochicho das “personalidades” e as pessoas velhas e chatas contanto os minutos para abraçar a dona da butique e ir embora.

Dei até ótimas gargalhadas quando uma patricinha reservou uma peça com um cheque ouro de um bam-bam-bam casado que estava lá com a esposa lipoaspiradíssima para o verão. Ah, acho linda a vida nas colunas sociais. Todo mundo é tão amado e feliz.

Mas foi recompensador vê a alegria da minha amiga. Senti como se fosse uma realização minha. Até derramei uma lágrima de emoção. Ela merece o sucesso que foi e cada um escolhe o moinho que lhe satisfaz.

3 comentários:

Paulo Peres disse...

É sempre bom sair dos trilhos as vezes. A vida de trem deve ser chata. rs

Puzzo disse...

É tudo uma questão de ponto de vista,
E o meu, é que a moda é individual, bem como que uma escapadela é necessário.

Mas só as vezes !

Eduardo.Pedrosa disse...

Adorei as alfinetadas.
;D