Hoje fui escolher meu vestido de noiva e fui consumida pela aflição na sala de espera ouvindo a conversa sonhadora de outras duas noivas empolgadíssimas acreditando que vão ser felizes para sempre ou até que a morte as separe dos seus respectivos, enquanto eu, só queria remarcar o horário para a semana que vem. Não consegui.
Confesso que ao ver aquelas revistas estampadas com aqueles modelos brancos cheio de bordados e babados tive noção pela primeira vez o quanto é mágico encontrar alguém que sonha passar a vida inteira ao nosso lado e ainda que a vida inteira seja muito tempo e que nada dessas frescuras combinem comigo, apesar de não me ver de véu e grinalda eu sinto algo que não consigo entender. Parece que o mundo mudou.
A vida me entende, é justa comigo. Eu quem ainda não consegui entender a vida muito bem; ela sempre me deu tudo o que todo mundo quer: amor, uma família maravilhosa, amigos verdadeiros, sucesso no trabalho. Eu não deveria está perguntando o que me falta para ser feliz?
Nunca acreditei em príncipes encantados. Lembro que nas minhas conversas de adolescente enquanto todas as minhas amigas queriam casar, ter filhos, cuidar do marido, eu queria ficar independente financeiramente, morar sozinha e estudar na Europa. Tinha um paquerinha aqui, outro acolá, já sabia que eu conseguia amar sem apaixonar, sem sofrer por amor; então, me defendia de todos os olhares e de todas as palavras. Resultado: fui uma das primeiras a engatar um namoro sério, a noivar.
Meus planos mudaram claro, sempre mudam. E alguns foram bem diferentes do quê eu planejava. Mas o destino é assim. Tem essa mania de intentar por nós. Eu às vezes demoro a cair na real em algumas situações. Tudo passa tão rápido e essa minha mania intensa de viver o momento sem pensar no que poderia ter sido e não foi, ser passional demais, ser 9 ou 90, sempre.
De repente, vejo que as decisões da minha vida também dependem dos sonhos de outra pessoa. No impulso digo ‘sim’ para uma situação importante que por mais que haja sentimentos e todas as condições necessárias não há a gana pro primeiro passo. Medo de não ser feliz, quizás. Medo de não ter vivido tudo.
Escolhi o vestido. Será uma réplica atualizada do da minha mãe. Não será branco. Não terá véu. Não terá grinalda. Será simples. Clássico. Por mim, não teria nem essas formalidades. Já estou começando a sentir os primeiros “pesos” do casamento e "ainda é cedo, amor..." ; eu, quem sempre decidiu tudo sozinha.
Um comentário:
Não te aflinja, pequena Laris! A felicidade te aguarda - de braços abertos, menina! ;)
E eu fico aqui na torcida. Sempre! :D
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