terça-feira, 4 de outubro de 2011

Sobre não aceitar os vícios,

Dou prazo de validade para alguns relacionamentos. É automático. Basta saber que um não respeita o vício do outro e já estou dizendo quanto tempo ainda durará.

Outro dia, um Tio meu fumante desde os tempos do cigarro Plaza, veio me confessar angustiado que não podia mais fumar porque a namorada nova não suportava cigarro.

Dias depois a conheci numa reunião de família. De cara, ele me reclamava de um lado que não podia mais sequer fumar dentro da própria casa, ela reclamava do outro o quanto ele fumava. O ritual dele me doía mais que o dela, porque ele contava triste que tinha que limpar até a piúba do cigarro nos aparadores e passar bom ar com pinho sol pelo menos meia hora antes dEla chegar ao ninho de amor. De repente a confissão virou discussão, eu no meio e eles dois se acusando. Sabem como funcionam essas coisas, né?! Começaram por causa do cigarro e terminaram porque ele tinha namorado a prima da vizinha dela há dez anos.

De repente me levantei e disse: 2 meses na pior e 5 na melhor. Justificando: se você é incapaz de suportar o maior vicio do outro, o que resta é chorar.

Durou 3 meses e 21 dias e meio até ele me ligar chamando pra jantar. Contou-me tudo que aconteceu nos mínimos detalhes. Não quis dizer que já sabia, sempre acredito que posso me surpreender.

Mas já.

É impossível manter qualquer relação quando não se aceita os vícios que o outro tem. Vícios não são costumes.

Lembro o relacionamento de uma amiga em que eles não suportavam os programas um do outro. A vida a dois funcionava na base do jantar duplo: primeiro você come sua carne e depois vamos a outro restaurante, do outro lado da cidade, comer o seu caranguejo que eu não suporto a catinga.

E lembro que quando o conheci, disse pra ela “ah, mas vocês dão tão certo. Parece que nasceram um para o outro!”. Mas não se entendiam durante a simples escolha do lugar para jantar porque não se aceitavam. Durou menos de 2 meses.

Meu Tio deixou de fumar tem 18 semanas. Ontem, encontrei a ex namorada dele com o atual namorado fumando cigarros. Um após o outro. Ainda não liguei pra contar. Sei o quanto é danado essa parte de descobrir que a pessoa faz com o primeiro outro que aparece o que jamais faria com você. Imagina quando é o que mais dizia detestar.

Namorei um Médico e vezenquando ele me ligava dos plantões e eu perguntava se alguém tinha morrido. Não tinha nada de engraçado, eu sei. Mas desgraçado é não se esforçar para fazer o outro rir. Terminamos porque tive a infelicidade de perguntar no dia que alguém tinha acabado de morrer. Mentira! Não ríamos um do outro. Ele não sorria nunca, e me levava a sério.

Faço de tudo pra aceitar o outro nos seus vícios.

É na fraqueza dele que reconheço o meu amor.

4 comentários:

Nóbrega disse...

Laris quer ser minha analista? acredito que vc poderia me entender. Sempre me deparo passando no seu blog e me encaixando em todas suas palavras. Atualmente vivencio a mesma ''historia'' de namoro do seu tio, e estou preocupada pq eu sou a namorada q nao suporto os vicios do namorado que se pegou suportando os vicios de outro. =s

Augusto Sales disse...

Verdade. E, às vezes, as pessoas têm a sorte de não só aceitar os vícios do outro, mas de gostar da pessoa justamente por isso, pelos "defeitos" (entre aspas mesmo).

Mas isso é tão raro hoje em dia...

Abraço.

regthorpe.blogspot.com

Anônimo disse...

Larissa, por favor me ajude, me dê sua opinião... sou gay e meu namorado veio de longe, há 4 anos, de outra cidade para morar perto de mim. Desde lá, eu sabia que de vez em quando ele usava maconha, chegou aqui a gente conversou, eu disse q nao curtia, mesmo assim, em umas 3 festinhas ele usou um cigarro de maconha e depois parou durante 3 anos.. acontece q agora descobri que ele ta fumando de vez em quando, inclusive até comprou um outro dia e fumou na casa dele... e ele fuma cigarro tb. nos amamos mt, ele é um cara fantastico, fiel, carinhoso, dedicado, mas eu nao sei como lidar com essa situacao.. eu to quase entrando numa depressao.. fico pensando q ele vai se viciar, ficar o tempo td viajando e, no fianl, o nosso amor vai pro espaço. ja tínhamos conversado antes, quando ele me prometeu que nao faria e fez, acho q isso abalou a minha confiança nele e agora td o q ele faz eu associo a isso... conversamos e entrmos num acordo de que ja q ele gosta, q dá uma sensacao gostosa, eu até aceito q ele fume nas festinhas comigo de vez em quando, mas virando habito fica complicado.. o x da questao é q eu por mais q eu tente nao consigo aceitar esse outro modo de vê-lo, essa realidade que está surgindo.. por favor, me ajude, nao quero perdê-lo e quero superar esse trauma...

Laris. disse...

Oi Bom dia!
Bem, difícil querer tirar o vício de outra pessoa. A mudança não pode ser imposta pelo parceiro, ela tem que vir como decisão de quem está precisando mudar. Se você já teve várias conversas com ele e não obteve resultados, tente convence-lo a fazer algum tipo de tratamento médico, entrar numa clínica, busque ajuda de alguém se não está conseguindo sozinho. O importante também é pensar em você. Relacionamento só é legal c
quando nos faz bem e nos traz paz. Quando chega a ser um problema para a gente é hora de repensar. Boa sorte! Conte comigo...