domingo, 13 de maio de 2012

Sobre Minha Mãe....

Quero falar de uma coisa: do amor que eu sinto pela Minha Mãe.

Porque sempre que eu me refiro a ela eu me refiro como Minha. Como o meu verdadeiro e único sentimento eterno de posse e dependência – ainda que a vida nos separe, ela continuará sendo minha. Minha Mãe.

Minha e das Minhas irmãs que quando as incluo no amor tudo se transforma em algo muito maior, na nossa família.

E outro dia, depois de um dia exaustivo de trabalho, Minha Mãe me ligou perguntando quanto tempo eu ainda demoraria pra chegar em casa, e eu, depois de desligar o telefone, me perguntei quanto tempo ainda me resta para que ela me ligue perguntando quando tempo eu ainda vou demorar?

Demorar pra entender que todas as suas lições, limites e castigos impostos desde lá detrás, são para que eu seja uma pessoa melhor – ou perto, ou longe do que sou - não sei, mas que eu seja algo parecido com ela. Com a Minha Mãe.

Demorar pra entender que minha rebeldia causa contratempos, que o meu sofrimento causa angústia, que minha demora causa inquietação, que minha solidão causa silêncio.

Demorar pra entender que as minhas conquistas causam sorrisos, que a minha participação causa segurança, que o meu amor causa gratidão. E o seu amor não tem pressa. E sempre tá pronto para ouvir, perdoar, abraçar.

Como é bom gritar: Mããããããããããe e minutos depois, Minha Mãe escancarar a porta sorrindo. Como é bom sentir as mãos da Minha Mãe desembaraçando os meus cabelos. E saber que Minha Mãe cuida da vida dela e todo o resto e que talvez, o mais difícil seja dá conta de ser Minha Mãe.

Lembro de uma noite, talvez uma das piores da minha vida, em que voltava de Natal, uma solidão que eu queria morrer dentro daquele ônibus frio e daquela chuva balançada na estrada, então lembrei que era véspera do Dia das Mães, e a única coisa que me dava esperança era saber que da janela, ainda longe, eu veria seu carro estacionado me esperando chegar, e que eu poderia chorar, Minha Mãe, eu poderia adoecer, dizer tudo que eu estava sentindo, que eu tinha deixado de sentir, mas ali eu tinha abrigo sem justificativa. Nada mais poderia me acontecer de mal, porque eu iria encontrar Minha Mãe. E não precisaria mais de nada.

Lembro da gente olhando fotografias outro dia, e rindo do quanto eu cresci, do quanto Minha Mãe não envelheceu. Tá lá, naquela foto do São João no aconchego do colo, na da minha formatura, onde Minha Mãe ergue meu diploma como se fosse dEla. E é. Porque as minhas conquistas são.

Lembro de nós duas, quando cabíamos juntas na mesma rede, e balançávamos, ríamos, cantávamos....Minha Mãe me contava histórias e inventava estórias para me contar as coisas reais da vida. Me contou como eu faria pra dividir o seu amor dali em diante com a chegada das Minhas Irmãs e contou como talvez se sentiria quando eu dividisse o seu amor com meus filhos.

Foi Minha Mãe quem deu. Foi Minha Mãe quem fez. Foi Minha Mãe quem ensinou. Foi Minha Mãe quem orientou. Foi Minha Mãe quem disse. Foi Minha Mãe quem atendeu. Foi Minha Mãe quem amou a cada segundo, até nos momentos em que eu não me amei.

Eu não entendo tanto amor, Minha Mãe. Mas agradeço, respeito, valorizo, aproveito e do meu jeito meio torto de amar, até tento retribuir.

Porque talvez eu leve a vida inteira – e até tenha filhos – mas nunca consiga entender o que é ter Mãe.

4 comentários:

Fatima Moraes disse...

PARABENS, PELO QUE VC SENTE E DESCREVEU SOBRE SUA MAE. QUE DEUS LHE DER SEMPRE MUITO AMOR, PARA Q VC NUNCA SUBSTITUA ESTE AMOR.POIS SER MAE É ISTO AÍ QUE VC DESCREVEU DA SUA. SOU MAE TB.DEUS LHE ABENÇOE. ABS.

Amanda Abreu disse...

Que coisa linda, Lari. To emocionada.

Papo de Mãe disse...

Muito lindo!!! O pior é que ela merece tudo isso e muito mais!

Ivana disse...

Que lindo Lari!! Verdade pura o que vc escreveu.
Beijoss